Neste cenário, a tecnologia passa a ocupar função primordial para garantir o sucesso da implantação de novos ambientes de trabalho nas empresas
A pandemia do novo coronavírus chegou para mudar os hábitos em todos os ambientes da sociedade, inclusive no mercado de trabalho. No setor de Recursos Humanos não foi diferente. Os profissionais de RH assumiram um papel ainda mais estratégico e com características predominantes de um gestor de negócios. De modo geral, a nova realidade de trabalho exige uma compreensão real das necessidades de cada colaborador, para garantir recursos para processos mais humanos e menos burocráticos, seja em ambientes virtuais ou híbridos.
Para a Sócia do Grupo Dicon, Karine Canineo, os processos realizados pelos especialistas de RH não estão mais relacionados exclusivamente ao Departamento Pessoal, mas, sim, às relações humanas. “O profissional agora possui um foco muito maior em promover e garantir a qualidade de vida no trabalho. Ou seja, gerar proximidade entre os colaboradores e a empresa, em um momento de nova realidade de trabalho, identificando as necessidades dos colaboradores, problemas de gestão, fornecendo feedbacks e garantindo a transparência na comunicação”, explica a executiva.
Ferramentas tecnológicas para o gestor de negócios
É certo que os ambientes de trabalho também foram modificados nos últimos 12 meses. O home office, prática que já vinha sendo adotada por algumas empresas, tornou-se indispensável durante a pandemia. Neste cenário, a tecnologia também adquiriu função primordial para implantação deste modelo de trabalho.
Karine explica que as ferramentas e softwares de RH facilitam a aproximação entre colaborador/empresa e garantem a produtividade com qualidade e bem-estar. “A tecnologia permite que o RH desempenhe um papel estratégico otimizando tempo, melhorando processos e aumentando o conhecimento sobre os colaboradores, a partir de uma visão imparcial e baseada em dados das atividades desempenhadas pelas equipes”, pontuou.
Para a Diretora de Recursos Humanos da Sercom, Ana Dávalos, estas mudanças seguem o mesmo caminho no setor de Call Center. “A utilização destas plataformas deve ser pautada na transparência, no equilíbrio e no respeito, procurando entender o mecanismo de cada um. Esta transparência precisa estar presente em todos os momentos, desde a implantação do software, até o dia a dia, tanto do gestor, quanto do funcionário”, pontua.
Além dos benefícios gerados para o colaborador, as ferramentas potencializam também a produtividade e a melhor gestão da empresa, integrando o RH a outros setores da organização, como explica o Diretor de Projetos e Desenvolvimento da Meeta Solutions, César Garcia. “Tecnologias como o Evertrack, por exemplo, são responsáveis por apoiar o RH na gestão dos colaboradores da empresa, garantindo a realização das horas de trabalho com qualidade e equilíbrio. Além disso, elas auxiliam, também, na análise dos dados e possibilitam que todas as áreas da empresa possam explorar ao máximo as informações fornecidas pela plataforma, o que gera insights para apoiar as decisões estratégicas de cada setor da companhia”, comenta Garcia.
De forma prática, são esses os principais objetivos do RH como gestor de negócios, conforme esclarece a analista de Recursos Humanos da Meeta Solutions, Jhuliana Almeida. “Nosso papel neste momento é agir de maneira estratégica, nos tornando grande aliado para as áreas, apoiando e fortalecendo o engajamento e o relacionamento entre elas e, principalmente, dentro das equipes, para que estejam integradas e alinhadas com os objetivos da empresa, treinando, desenvolvendo e gerenciando performances”, reflete Jhuliana.
O gestor de negócios e o potencial de produtividade no home office
Inicialmente, o home office mostrou-se eficiente e responsável por um grande aumento de produtividade nas empresas. De acordo com pesquisa realizada pela consultoria Cushman & Wakefield – e obtida pela EXAME, 73,8% das empresas pretendem instituir o modelo de trabalho à distância como prática definitiva, mesmo após a pandemia.
Neste contexto, Ana explica que os cuidados com o colaborador devem ser redobrados e que a melhor produtividade nem sempre é aquela dos regimes tradicionais. “Ao mesmo tempo que existe mais produtividade, existe também um excesso da carga de trabalho. Neste cenário, a tecnologia é fundamental. É ela quem contribui neste equilíbrio entre a produtividade e o emocional, sem que o trabalho invada momentos do colaborador que devem ser preservados”, explica.
Além disso, Ana ressalta os limites éticos que devem ser respeitados pela empresa e pelo gestor de RH. “Existe um limite, uma ética digital que não pode ser deixada de lado. Por exemplo, horário de almoço é o horário de almoço. É o momento de pausa, de descanso, seja para se alimentar ou fazer qualquer atividade que seja da pessoa. Então, tudo parte do respeito, do equilíbrio e da transparência”, comenta.
O novo papel que o RH assume está diretamente relacionado à questão de cuidado e preocupação com possíveis sobrecargas dos colaboradores, principalmente durante a adaptação aos novos ambientes profissionais. “Nós estamos passando por um momento de preocupação com o indivíduo. Neste novo cenário de RH estratégico, precisamos de ferramentas que possibilitem conhecer estes limites juntos e adequar as políticas para que atingir a melhor produtividade, respeitando o equilíbrio e a saúde de cada colaborador”, finaliza a Diretora de Recursos Humanos da Sercom.